O
processo de aquisição da comunicação é lento,
gradativo, evolutivo e envolve diferentes fatores:
orgânico, psicológico, cultural, afetivo, etc.,
além das relações estabelecidas entre eles. Os
problemas de comunicação, fala e linguagem podem
ser percebidos desde o início da infância, e vários
deles podem ser superados com o decorrer do tempo.
Dentre
os problemas podemos destacar:
1
- Mutismo
É a incapacidade de articular palavras, impedindo
a comunicação verbal. As principais causas do
mutismo são decorrentes de transtornos do sistema
nervoso central (A.V.C.), de problemas auditivos
e distúrbios psicológicos.
2
- Mutismo Seletivo
Trata-se de um distúrbio pouco freqüente que se
caracteriza pela ausência total e persistente
da linguagem, em determinadas circunstâncias ou
diante de determinadas pessoas. Ocorrem, principalmente,
em crianças que tenham adquirido linguagem e que
a utilizam adequadamente em outros contextos e/ou
em presença de outras pessoas.
3
- Dislalia ou Distúrbio Articulatório
Caracteriza-se por ser um distúrbio na articulação
dos sons, fundamentalmente devido a dificuldades
na discriminação auditiva e/ou problemas orofaciais,
fatores psicológicos e ambientais. Como todo problema
de fala, a dislalia pode interferir no aprendizado
da escrita.
A
dislalia pode se manifestar de diversas formas,
como mostram os exemplos a seguir:
- Omissão:
não pronuncia alguns sons. Exemplo: "Omei oa
ola" (tomei coca-cola).
-
Acréscimo ou inserção: introduz mais um som.
Exemplo: "atelântico" (atlântico).
-
Distorção: deixa a língua entre os dentes ao
emitir os fonemas [s] e [z], deformando-os.
Exemplo: aproxima; azedo.
-
Substituição: troca alguns sons por outros.
Exemplo: telo a boneta" (quero a boneca).
4
- Disglossias
Anteriormente denominadas "dislalias orgânicas",
consistem em dificuldades na produção oral, devido
a alterações anatômicas e/ou fisiológicas dos
órgãos articulatórios. Seguindo-se a divisão anatômica
dos órgãos periféricos da fala, pode-se distinguir
os seguintes tipos de disglossias: labiais, mandibulares,
linguais, palatinas e nasais. A fissura palatina
ou o palato ogival são algumas das alterações
anatômicas que podem levar à disglossia.
5
- Disartria
É um problema articulatório que se manifesta na
dificuldade para realizar alguns ou muitos dos
movimentos necessários à emissão verbal.
Como
a passagem de um movimento a outro também é difícil,
a fala disártrica pode ficar mais lenta e arrastada,
além de apresentar quebras de sonoridade quando
ocorrem espasmos musculares. Por isso, a disartria
deve ser considerada como um problema de articulação
que envolve distúrbios de ritmo e entonação. Suas
causas são freqüentemente orgânicas: paralisias
gerais, tumores cerebrais, etc.
6
- Disfluência
Mais conhecida como gagueira, é um distúrbio que
afeta a fluência da fala e caracteriza-se por
interrupções no ritmo e na melodia do discurso.
As interrupções podem consistir em repetições,
bloqueios, prolongamentos, hesitações, movimentos
associados, evitação de palavras, embora geralmente,
as manifestações ocorram conjuntamente.
7
- Disfasia
Denominada também como "afasia congênita ou de
desenvolvimento", a disfasia se caracteriza por
um distúrbio profundo dos mecanismos de aquisição
da linguagem. Costuma ocorrer uma defasagem cronológica
importante, problemas de compreensão, bem como
uma aquisição que não se ajusta aos padrões evolutivos
esperados. Devido a dificuldade de definição etiológica,
seu diagnóstico é bastante controverso, sendo
assim pouco freqüente no meio escolar regular.
Diante
do exposto, devemos considerar a importância da
intervenção precoce, preferencialmente antes dos
cinco anos, para que o indivíduo não enfrente
problemas relacionados à comunicação durante a
fase de alfabetização. Para isso sugerimos que
um profissional habilitado seja consultado, para
que possa realizar uma avaliação precisa e prescrever
procedimentos a serem tomados pelos pais, familiares,
professores, amigos, etc.
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