A
Língua Portuguesa, como vários sabem, é uma das
poucas Línguas que tem o termo "saudade", em Inglês,
os termos que mais se aproximam são: miss e longing,
como em "I miss you" ou "longing for you", em
Castelhano existe extrãno, como em "te extrãno".
"saudade" parece ser um sentimento pouco comum
em outros países...
Nós
brasileiros usamos "saudade" corriqueiramente,
e quando falamos - Estou com "saudade", imaginamos
que o outro vai compreender automaticamente a
que sentimento nos referimos. Mas não é bem assim.
Como
acontece com todos os termos subjetivos, àqueles
que se referem a emoções, a interpretação vai
depender de todo o "universo" de compreensão da
outra pessoa. Não pretendo aqui discutir profundamente
o que é "saudade" ou como cada pessoa interpreta
o termo, mas restringir o tema a certos aspectos.
Muito
se fala de "saudade" e quase sempre a associam
com a dor. "saudade" doi. Outros a associam com
algo negativo e outros ainda com dependência,
a ponto de algumas pessoas do meio "espiritualista"
repetirem constantemente a afirmação: " A "saudade"
é a fome de energia do outro", como se sentir
"saudade" nos tornasse vampiros energéticos. Acreditam
que a partir do momento que uma pessoa se equilibra
energeticamente a "saudade" do que ou quem quer
que seja desaparece, deixa de existir. A "saudade"
se torna desnecessária e obsoleta.
Não
é assim que eu entendo. "saudade" não é dependência,
nem física, muito menos energética.
Nos
relacionamentos de modo geral nos "alimentamos"
com energias alheias, essas energias interferem
nas nossas próprias e são fator de crescimento,
seja por nos despertarem alegrias que nos impulsionam
para frente, seja por nos criarem obstáculos,
que no esforço para sua superação, vão nos lapidando
e nos direcionando à evolução.
Assim
é com a "saudade", se tem algo verdadeiro na afirmação,
essa parte é a parte que fala da fome. "Saudade"
é fome de crescimento. "Saudade" é um veículo
de motivação que nos leva ou a superar a distância
para encontrarmos a pessoa que nos provoca essa
"saudade" e com ela experienciarmos assuntos necessários,
ou a reviver e metabolizar fatos vividos ou ainda
a preenchermos nosso campo com a energia dessa
pessoa ausente para nos incentivar de alguma forma
(neste último caso eu imagino que mesmo na ausência
de uma pessoa nós possamos recriar a qualidade
da energia dela e inseri-la no nosso campo sem
necessariamente a estarmos sugando energeticamente)..
Se
é fome energética que seja qualitativa e consciente
e não quantitativa e inconsciente como a afirmação
quer nos fazer crer. Porque não queira ninguém
pensar que somos auto-suficientes, que ao estarmos
completos energeticamente, não precisaremos nunca
mais de outras pessoas ou da qualidade da energia
de outras pessoas.
O
perigo dessas afirmações é o caráter dogmático
que elas passam a representar, não pela afirmação
em si, mas pela preguiça do ser humano que muitas
vezes toma o dito pelo certo, sem questionar.
Estamos todos ainda a caminho do certo. E essa
é a beleza.
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